A Segunda-feira Santa nos aproxima ainda mais do coração do Mistério Pascal. A liturgia deste dia nos apresenta o episódio da unção de Jesus em Betânia, narrado por São João (cf. Jo 12,1-11). É um momento de profunda intimidade e significado profético: Maria, irmã de Lázaro, unge os pés de Jesus com um perfume precioso e os enxuga com os cabelos.

Esse gesto revela a dimensão da entrega, do amor e da preparação de Jesus para a sua sepultura. Enquanto Judas questiona o “desperdício”, Jesus responde: “Deixa-a! Ela fez isso para o dia da minha sepultura” (Jo 12,7). A liturgia nos convida a entrar no clima de recolhimento e contemplação que precede os dias mais intensos da Paixão.

A atitude de Maria nos ensina que o amor verdadeiro não calcula, não mede esforços nem economiza gestos. Seu perfume enche a casa – e o gesto de adoração se torna memorial. Trata-se de uma antecipação do que acontecerá na Cruz: Jesus será “derramado” por amor a nós.

Do ponto de vista espiritual, a Segunda-feira Santa é um chamado a oferecer a Deus o melhor de nós: nossa atenção, tempo, oração e disponibilidade interior. É um convite a fazer como Maria — colocar-se aos pés do Senhor e reconhecer, em silêncio e adoração, que Ele caminha livremente rumo ao sacrifício da Cruz.

O Catecismo afirma que “Jesus subiu voluntariamente a Jerusalém, embora soubesse que ali morreria de morte violenta” (CIC 557). Por isso, este dia nos ajuda a compreender a entrega livre e amorosa do Senhor. A cruz não será uma tragédia imposta, mas um dom oferecido por amor.

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