No início deste mês de julho, queremos voltar nossa atenção para uma devoção muito antiga, mas que, de uns anos para cá, tem caído no esquecimento do povo fiel. Trata-se da devoção ao Preciosíssimo Sangue de Jesus Cristo. Fazemos, assim, eco ao desejo de S. João XXIII, que, em sua Encíclica “Inde a primis”, escrita dois anos após sua eleição como Papa em outubro de 1958, exortava todos os católicos a se “volverem com ardente fervor para a expressão divina da misericórdia do Senhor” (n. 1) que é o Sangue adorável que Ele, num ato supremo de caridade, derramou pela nossa salvação. No n. 11 do mesmo documento, o Papa nos recorda pela boca de S. João Crisóstomo que, depois de termos comungado, saímos da mesa eucarística “quais leões expirando chamas, tornados terríveis ao demônio, pensando em quem é o nosso Chefe e quanto amor teve por nós” (In Iohann., homil. 46).

Os demônios, com efeito, tremem diante do amor de Cristo, amor que se expressou de modo excelentíssimo no derramamento do seu Sangue, que, se recebido dignamente sob as espécies eucarísticas, tem o poder de afugentar toda a horda infernal e chamar para junto da alma, inebriada de caridade divina, “os anjos e o próprio Senhor dos anjos”. A devoção ao Sangue de Cristo, nesse sentido, tem por objeto principal o amor com que Ele, entregando-se por nós até a morte, nos resgatou de Satanás: “Porque”, como escreve S. Pedro, “vós sabeis que não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados da vossa vã maneira de viver, recebida por tradição de vossos pais, mas pelo precioso Sangue de Cristo, o Cordeiro imaculado e sem defeito algum” (1Pd 1, 17ss). Que, ao longo de todo este mês de julho, possamos venerar com mais devoção o Preciosíssimo Sangue do Filho de Deus encarnado e, com sentimentos de reparação, adorá-lo de toda alma durante a elevação do Cálice na Santa Missa. — Sangue de Cristo, torrente de misericórdia, salvai-nos!

FONTE: Pe. Paulo Ricardo

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