“Pois reconheço minha culpa, tenho continuamente presente o meu pecado” (Sl 51, 5).
O sacramento da penitência e da reconciliação “é chamado sacramento da confissão, porque o reconhecimento, a confissão dos pecados perante o sacerdote é um elemento essencial deste sacramento” (CIC 1424).
Porém, reconhecer as nossas faltas não constitui tarefa fácil, uma vez que a soberba que há em nós age, caso não a freemos, no sentido de dispor argumentos que encubram os nossos defeitos e pecados, favorecendo uma visão aparente sobre nós mesmos.
Por isso que, para realizar uma confissão frutuosa, precisamos seguir alguns passos importantes, conforme orientação do Catecismo da Igreja Católica:
- Exame de consciência: é uma reflexão acerca dos nossos pensamentos, palavras ou atos que tenham ofendido o nosso próximo e nos distanciado de Deus, sabendo que “nas trevas, o que te agrada é a verdade” (Sl 51,8a), sendo importante pedir o auxílio do Espírito Santo para, com sinceridade, conseguir enxergar a verdade do nosso coração.
Segundo o Catecismo da Igreja Católica, o exame de consciência deve ser feito à luz da Palavra de Deus, especialmente dos mandamentos, identificando as faltas que cometemos no que se refere à nossa relação com Deus, com o próximo e conosco mesmo. viagra pour chat
Dedicar uma atenção especial ao exame dos nossos pensamentos [“Pois onde estiver o teu tesouro, ali também estará o teu coração” (Mt 6,21)] e de nossas palavras, uma vez que a boca fala do que o coração está cheio (cf. Lc 6,45) ajuda a entrar no nosso próprio coração.
É recomendável que o exame de consciência seja realizado em casa, com tranquilidade, e, para as pessoas com dificuldade de memorizar, sugere-se escrever as faltas cometidas num papel de modo a auxiliar na hora da confissão, alertando para o cuidado em mantê-lo guardado e, após o ato de confessar, extraviá-lo, a fim de preservar o necessário sigilo.
- Contrição ou arrependimento: consiste em“uma dor da alma e uma detestação do pecado cometido, com o propósito de não mais pecar no futuro” (CIC 1451). Ainda segundo o Catecismo da Igreja Católica, a contrição é um dom de Deus, sendo, por isso, necessário suplicar ao Espírito Santo essa graça, condição indispensável para que possamos enveredar por um autêntico processo de conversão, concretizando o propósito de mudança subjacente à contrição.
- Confissão: discursos do tipo “eu não vou contar os meus pecados a um pecador como eu” são frequentes e, além de estarem fundados na soberba, contrariam o Evangelho, considerando que Jesus Cristo, na sua vida terrestre, perdoou pecados e conferiu esse poder aos homens para que fizessem o mesmo em Seu nome.
É preciso esclarecer que confessar é dizer ao padre os pecados, de forma clara e objetiva, sem se alongar em detalhes da situação na qual pecou, em justificativas ou explicações nem muito menos fazer descrições sobre o comportamento das pessoas envolvidas no nosso ato de pecar. Isso porque a confissão consiste unicamente na acusação dos pecados diante do sacerdote, a fim de receber o perdão do Senhor, não se configurando como um aconselhamento ou uma direção espiritual.
- Cumprimento da penitência: consiste em fazer atos penitenciais, segundo a orientação do sacerdote, para reparar danos causados pelo pecado, uma vez que “a absolvição tira o pecado, mas não remedeia todas as desordens causadas pelo pecado” (CIC 1459).
Esse também é o momento para agradecer ao Senhor por ter concedido o seu perdão e para renovar os nossos propósitos de não tornar a pecar.
Este ano,durante a realização do Curso do Tribunal da Penitenciária Apostólica sobre o Foro Interno, o Papa Francisco fez a seguinte recomendação aos confessores: “Vão de boa-vontade ao confessionário, acolham, escutem, acompanhem, sabendo que todos, mas realmente todos, precisam de perdão, isto é, sentir-se amados como filhos de Deus Pai. As palavras que dizemos: ‘Eu te absolvo de seus pecados’ também significam “você, irmão, irmã, é precioso, precioso para Deus; é bom ter você conosco“.
Portanto, apressemo-nos em buscar a confissão, pois ela é “remédio poderoso”, que traz graça e imortalidade, lembrando que não vamos a um juiz impiedoso que quer nos condenar, mas a Jesus que nos amou até o fim (cf. Jo 13, 1)