A paz esteja convosco!”[1] Bem mais do que uma saudação ou um desejo, Jesus Ressuscitado trouxe o dom da paz aos corações amedrontados dos seus discípulos por causa dos últimos acontecimentos a respeito da paixão e morte do Mestre. Nessa perspectiva, a Paz de Jesus consiste na certeza de que Ele, vivo e glorioso, está sempre com os seus amigos, pois o seu amor não foi abalado nem mesmo pelos atrozes sofrimentos e morte de cruz.
O dom da paz do Senhor também consiste na consciência tranquila de quem amou até o fim e foi capaz de perdoar mesmo ferido, sofrido, tomado pela dor.
Ainda às vésperas de sua morte Jesus, ciente de tudo que iria passar, disse aos seus discípulos: “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá.”[2] Assim, o Senhor deixa claro que a paz não é apenas uma sensação de bem-estar enquanto tudo vai bem, mas que se desvanece quando chegam as contrariedades da vida.
A verdadeira paz não nos deixa anestesiados nem alienados em relação ao que acontece à nossa volta ou nos confins do mundo. Pelo contrário, o coração pacificado é forte o bastante para fazer aquilo que é preciso e enfrentar todas as situações da vida com sobriedade e esperança, com atitudes coerentes, sem se deixar dominar pelos impulsos temperamentais nem se deixar influenciar pelas reações ou provocações externas.
Quem tem paz não tem medo porque sabe que nunca está só. Jesus, a nossa paz, está sempre conosco e Nele está a garantia da nossa vitória.
“Disse-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo.”[3] (Jo 16,33)
[1] Ibid.
[2] Jo,14,27
[3] Jo 16,33