Estamos no período da Páscoa, tempo em que celebramos, com alegria, a presença do Cristo que ressuscitou e que nos conduz a ressuscitar com Ele.
A ressurreição é o ápice da nossa redenção.[1] Ou seja: é o ponto máximo, o ponto mais alto a que chegou Cristo e a que nós devemos chegar também com Ele e pelos méritos Dele. Mas, para chegar a esse ponto, devemos continuamente percorrer o mesmo caminho: “da cruz para a cruz: da imolação para a ressurreição”[2]. É preciso, pois, que sejamos “sepultados com ele na morte para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós vivamos vida nova”.[3]
A vida nova, fruto da paixão e morte do Senhor, passa necessariamente pela crucificação do homem velho[4], significando que “quem morreu, ficou livre do pecado”.[5]
Uma vida nova em Cristo é feita da migração de atitudes velhas para atos movidos pela liberdade no Espírito Santo, entendendo que essas atitudes não se constituem feitos grandiosos, mas pequenas e corriqueiras atitudes que produzem grande efeito nos mais diversos âmbitos dos quais fazemos parte. Grande efeito porque são atitudes geradas a partir de uma vida ressuscitada com Cristo e, portanto, próprias do Cristo, produzindo vida nova nos lugares tantas vezes hostis ao amor e à misericórdia de Deus.
Desse modo, a vida nova começa em nós quando mergulhamos no mistério da Redenção a partir da atitude de deixarmo-nos ser infinita e misericordiosamente amados por Deus, mas ela nos ultrapassa quando os nossos atos renovados alcançam realidades que necessitam da presença do Cristo ressuscitado.
Assim com a nossa vida, podemos anunciar ao mundo a boa notícia: “Portanto, não existe mais condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus. A Lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te libertou da lei do pecado e da morte.”[7]
[1] Escritos da Comunidade Remidos no Senhor
[2] Ibidem.
[3] Rm 6,4 – Bíblia de Jerusalém
[4] Rm 6,6 Bíblia de Jerusalém
[5] Rm 6,7 Bíblia de Jerusalém
[6] Ap 21,5
[7] Rm 8, 1-2 Bíblia de Jerusalém