Diante de nossos olhos, diariamente contemplamos tanta violência… Se assistimos aos telejornais, canais do Youtube, vemos brigas, discussões, calúnias, difamações, tantos casos de agressões físicas, feminicídios, assassinatos – um contexto que atinge não só as grandes cidades, mas também os pequenos municípios. Diante de tanto horror, percebemos claramente como age o príncipe deste mundo e como é urgente a manifestação dos filhos de Deus.
No entanto, muitos filhos de Deus não têm promovido a paz: contemplamos irmãos que se atacam, cristãos que manifestam discursos de ódio, católicos que se dividem … Como promover a paz, se não buscamos a unidade? Se nossas palavras e atos muitas vezes contrariam o Evangelho?
Lembremos: Somente Jesus concede a paz[1], a verdadeira paz, não a paz deste mundo tão superficial e frágil que depende de que tudo esteja bem, conforme os nossos desordenados desejos. Mas sim a paz de quem tem a vida ordenada, centrada na vontade de Deus… A paz de quem é livre e, por isso, ama verdadeiramente… “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”[2], foi o último ensinamento do Mestre aos seus discípulos… É o que o Senhor espera de seus seguidores…
Como viver esse mandamento, a Palavra do Senhor, em meio a tanta desordem? Somente a conversão contínua nos permitirá alcançar a maturidade espiritual e por que não dizer também humana, para manifestarmos a paz de Jesus e assim promovermos a paz, amando os nossos irmãos como Ele nos amou.
Caminho difícil, todavia, possível e, sobretudo, urgente… Caminho que nos conduzirá como a Paulo, à mudança de mentalidade e consequentemente de atitudes… Guardemos o testemunho do apóstolo dos gentios: de um religioso obstinado, capaz de atos violentos em nome de sua fé, perseguidor de muitos a um cristão abandonado nas mãos do seu Senhor, apaixonado pelo Evangelho, desejoso pela salvação de seus irmãos… A verdadeira e progressiva conversão que nos transforma em instrumentos da paz, que conduz à maturidade espiritual, permitindo, como a Paulo, que o Cristo em nós viva[3].
[1] João 14, 27 – Bíblia de Jerusalém
[2] João, 13,34
[3] Gálatas 2, 20 – Bíblia de Jerusalém