Não se pode esquecer que a paternidade é um dom divino. É o próprio Deus que confia ao homem o cuidado de cada filho. Há responsabilidade nesse fato. E Deus, como bom Pai, nos fala, nos ensina por meio do evangelho. Lá encontramos um grande modelo de paternidade: José, o pai legal de Jesus[1]

A Igreja ensina que São José foi chamado por Deus para servir diretamente à Pessoa e à missão de Jesus, mediante o exercício da sua paternidade: desse modo, precisamente, ele «coopera no grande mistério da Redenção, quando chega a plenitude dos tempos, e é verdadeiramente ministro da salvação. A sua paternidade expressou-se concretamente em ter feito da sua vida um serviço, um sacrifício, ao mistério da Encarnação e à missão redentora com o mesmo inseparavelmente ligada; em ter usado da autoridade legal, que lhe competia em relação à Sagrada Família, para lhe fazer o dom total de si mesmo, da sua vida e do seu trabalho; e em ter convertido a sua vocação humana para o amor familiar na sobre-humana oblação de si, do seu coração e de todas as capacidades, no amor que empregou ao serviço do Messias germinado na sua casa”.[2]

Nesse sentido, para exercitar a paternidade como um dom, se faz necessário imitar a São José, sobretudo, nos dias de hoje, em que há uma evidente crise de paternidade.

Como disse o Papa Francisco: “Não se nasce pai, torna-se tal… E não se torna pai, apenas porque se colocou no mundo um filho, mas porque se cuida responsavelmente dele… Ser pai significa introduzir o filho na experiência da vida, na realidade. Não segurá-lo, nem prendê-lo, nem subjugá-lo, mas torná-lo capaz de opções, de liberdade, de partir…José soube amar de maneira extraordinariamente livre. Nunca se colocou a si mesmo no centro...O mundo precisa de pais, rejeita os dominadores, isto é, rejeita quem quer usar a posse do outro para preencher o seu próprio vazio; rejeita aqueles que confundem autoridade com autoritarismo, serviço com servilismo, confronto com opressão, caridade com assistencialismo, força com destruição…”.[3]

Que São José ajude cada pai a aprofundar sua própria missão, mediante a escuta da Palavra de Deus, da oração e da oferta generosa do dom total de si mesmo, afinal, ser pai é vocação, é dom.


[1] Cf. Mt 1, 21, Lucas 4, 22

[2] https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/apost_exhortations/documents/hf_jp-ii_exh_15081989_redemptoris-custos.html. Acesso em 12.08.2022.

[3] https://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_letters/documents/papa-francesco-lettera-ap_20201208_patris-corde.html#_ftn1. Acesso em 12.08.2022.

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