Antes de iniciar a sua missão pública, Jesus passou quarenta dias no deserto em jejum e oração e, ao final, foi tentado por Satanás, livrando-se de suas armadilhas por meio da Palavra de Deus. Nesse tempo quaresmal também nós adentramos o deserto dos nossos corações e somos exortados a um tempo mais intenso de oração e à prática do jejum, isso porque essas vias nos conduzem ao amadurecimento espiritual e nos fortalecem para enfrentarmos os combates de nossa existência.
No deserto, nos deparamos com nossas fragilidades e também somos tentados. Por essa razão, se contarmos apenas com nossas capacidades, podemos nos entristecer, nos decepcionar até com a nossa miséria, caindo facilmente nas tentações daquele que nos quer enfraquecer, nos fazer perder. Na caminhada nos alegramos com nosso progresso, no entanto é doloroso enxergar aquilo que não é bom nem belo em nós, como o egoísmo, falta de perdão, autossuficiência e orgulho. Se não nos orientamos pela Palavra de Deus, corremos o risco de nos fecharmos e paralisarmos.
Como Jesus, temos que enfrentar esse processo em oração, nos aprofundando na Palavra de Deus que nos confronta, orienta, conforta e fortalece. É por meio dela que o Senhor nos fala, revelando os princípios eternos, o Seu modo de pensar e agir, pois nos relacionando com a Sua Palavra é com o próprio Deus que abrimos a um íntimo diálogo. Com olhos e corações abertos, podemos conhecer a Verdade e acolhê-la em nosso viver.
Portanto, é urgente uma íntima relação com as Sagradas Escrituras, confrontando o nosso pensar e agir, acolhendo as correções e direções apontadas, permitindo-nos ser consolados e fortalecidos e, assim, resistir às investidas do inimigo, glorificando a Deus com a nossa vida.