
Nas Sagradas Escrituras, conhecemos testemunhos de homens e mulheres que acolheram a vontade de Deus, alguns com certa relutância, outros padecendo de momentos de fraqueza, quedas, dúvidas, medo, mas vivendo com perseverança e fé o chamado de Deus em suas vidas. De um modo muito singular, Maria acolheu a vontade de Deus, renunciando a si mesma, aos seus projetos pessoais, abraçando o plano salvífico de Deus.
A jovem Maria nutria seus sonhos e, certamente, desejava vivê-los como uma mulher de seu tempo e cultura: casar-se, ter filhos e educá-los segundo a sua fé. No entanto, os planos de Deus para sua vida eram outros e quanta docilidade demonstrada no momento em que foram revelados. Mesmo sem a devida compreensão de como tudo se daria, a sua fé, disposição e obediência a conduziram a aceitar prontamente a vontade de Deus, respondendo: “Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo tua palavra” [1].
O sim de Maria confirmado por toda a sua vida, gerou o Salvador e salvação para a humanidade. Sigamos o exemplo de Maria: o nosso sim à vontade de Deus, conduz a nossa salvação, favorecendo ainda a salvação de muitos outros. Podemos constatar e devemos comtemplar com reverência o modelo de acolhimento da vontade de Deus de Maria, impulsionando-nos à nossa resposta ao que o Senhor nos chama a viver.
Como todas as escolhas de nossas vidas, essa resposta gerou consequências. Aceitar a vontade de Deus implicou viver enfrentamentos, renúncias e até perseguições, mas também comprovar com a vida que “Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam”[2]. Maria sofreu com a reação de José: seu afastamento ao pensar em repudiá-la em segredo, viveu um parto em condições inapropriadas, saiu em fuga com seu filho pequenino para proteger-lhe a vida. Contudo também contemplou o cumprimento da Palavra de Deus, a Sua proteção e auxílio nessas horas tão dramáticas: gerou o filho de Deus concebido pelo Espírito Santo, foi acolhida e protegida por seu esposo José, testemunhou os louvores dos pastores e adoração de reis no nascimento de seu filho, sobreviveu com sua família em terra estrangeira mantendo seu filho vivo, quando inocentes foram sacrificados. Diante das experiências vividas pode reconhecer “O Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor!”[3].
Viveu o ápice da sua resposta a Deus, também entregando o seu Filho único, com uma espada de dor transpassando a sua alma[4], testemunhando a Sua ressurreição, a conversão de milhares, cura e milagres pela proclamação da Palavra e nome de Jesus.
O sim de Maria confirmado por toda a sua vida, gerou o Salvador e salvação para a humanidade. Sigamos o exemplo de Maria: o nosso sim à vontade de Deus, conduz a nossa salvação, favorecendo ainda a salvação de muitos outros. Podemos constatar e devemos comtemplar com reverência o modelo de acolhimento da vontade de Deus de Maria, impulsionando-nos à nossa resposta ao que o Senhor nos chama a viver.
[1] Lucas 1, 38 – Bíblia de Jerusalém
[2] Romanos 8, 38 – Idem
[3] Lucas 1,49 – Idem
[4] Lucas 2, 35 – Idem