Ao contemplar a vida dos santos, sobretudo os mártires e aqueles que deram fortes testemunhos, muitos de nós podemos cair na tentação de achar que a santidade é algo inatingível. Entretanto, devemos nos recordar que essa vocação, o chamado à santidade, é vontade de Deus para todos.

Para atender a esse chamado, precisamos olhar concretamente para as situações cotidianas, sejam entre familiares, amigos ou desconhecidos, vividas no íntimo do nosso ser ou as reveladas por palavras e atos, buscando a purificação de nossos pensamentos, intenções e atitudes. Felizmente, não estamos sozinhos nessa jornada. Para auxiliar a nossa caminhada, Papa Francisco evidenciou alguns traços espirituais que considera necessários para que consigamos atingir o estado de vida a que Deus nos chama, entre eles a suportação, a paciência e a mansidão.

Muitas situações de nossas vidas exigem que suportemos contrariedades, agressões infidelidades e defeitos dos outros. Diante de tais eventos, muitas vezes fraquejamos ou até desmoronamos.

 O Santo Padre nos exorta: “(…) não caiamos na tentação de procurar a segurança interior no sucesso, nos prazeres vazios, na riqueza, no domínio sobre os outros ou na imagem social”[1], isso porque só quem pode nos conceder a verdadeira paz é o Senhor pela via da santificação de nossas vidas.

Segundo o Santo Padre, a suportação representa a condição de permanecer centrado em Deus que nos ama e sustenta. A permanência no Senhor gera frutos de paz que se revelam nas atitudes, mesmo em contextos tão adversos, firmados na certeza de que “se Deus está conosco, quem estará contra nós?”[2], uma solidez interior que permite um testemunho de santidade, feito de paciência e constância no bem.[3]

Não se trata de algo fácil, mas certamente possível, caminho feito por escolhas que nos distanciam da agressividade e do egocentrismo. Para tanto, há de se buscar a paciência, mansidão e humildade, em que trava-se uma luta interior contra nossas inclinações, orgulho e egoísmo; uma batalha para se vencer o pecado e perseguir virtudes, percurso que exige a renúncia de nós mesmos vivido com humildade.

De acordo com Papa Francisco, só se adquire a humildade sofrendo humilhações, suportando e oferecendo-as a Deus, condição deum coração pacificado por Cristo, livre da agressividade gerada por um ego elevado. O Santo Padre nos exorta: “(…) não caiamos na tentação de procurar a segurança interior no sucesso, nos prazeres vazios, na riqueza, no domínio sobre os outros ou na imagem social”[4], isso porque só quem pode nos conceder a verdadeira paz é o Senhor pela via da santificação de nossas vidas.


[1] GAUDETE ET EXSULTATE (nº 121)

[2] Romanos 8, 31 – Bíblia de Jerusalém

[3] GAUDETE ET EXSULTATE (nº 112)

[4] GAUDETE ET EXSULTATE (nº 121)

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