Em decorrência das mudanças culturais, a família enfrenta, como nunca antes, muitos desafios, tendo sido, inclusive, tema dos Sínodos dos Bispos ocorridos em 2014 e 2015, que resultaram na publicação de uma exortação apostólica do Papa Francisco, intitulada Amoris Laetitia (Alegria do Amor), a qual é tomada como base para refletir sobre os desafios que a família enfrenta na contemporaneidade.

No segundo capítulo dedicado à realidade e aos desafios das famílias, o Papa Francisco já inicia dizendo que o “bem da família é decisivo para o futuro do mundo e da Igreja”[1] e, em primeira mão,  chama a atenção para o individualismo exacerbado, fazendo com que as pessoas relutem em assumir um compromisso matrimonial por causa das próprias conveniências, interesses e caprichos, inclusive, na perspectiva de uma “cultura do provisório”, ele alerta para a velocidade com que as pessoas migram de uma relação para outra, nivelando os seres humanos a objetos descartáveis.

Aliás, ainda como fruto dessa “cultura do “provisório”, cresce o número de novos casais, novas uniões, gerando contextos familiares difíceis porque as crises no matrimônio não são enfrentadas com a devida paciência, perdão e sacrifício.

Esse quadro pode nos causar espanto e inércia, no entanto, ao nos oferecer esse panorama a respeito da realidade das famílias, o Papa Francisco, longe de que tal contexto gere em nós lamentações ou desânimo, deseja que sejamos, com o nosso testemunho de vivência radical do Evangelho e com o nosso serviço, mensageiros da esperança.

As políticas antinatalistas também foi um tema abordado na exortação apostólica, na qual o Sumo Pontífice enfatiza que o déficit demográfico compromete a sucessão das gerações, o crescimento econômico e o sentimento de esperança no futuro.

Ainda foi apontado como um desafio o enfraquecimento da fé e da prática religiosa, que traz como grande problema a solidão das famílias no enfrentamento de suas dificuldades e adversidades.

Problemas que dizem respeito à realidade socioeconômica foram contemplados no documento, como: falta de uma habitação digna e adequada, a falta de acesso a serviços de saúde adequados, o abuso e exploração sexual de crianças, as migrações, o tratamento inadequado e, por vezes, desumano dado às pessoas com deficiência e aos idosos, as famílias em situação de miséria, toxicodependência, violência familiar, a desconstrução jurídica da família, a violência contra a mulher, entre outros.

Esse quadro pode nos causar espanto e inércia, no entanto, ao nos oferecer esse panorama a respeito da realidade das famílias, o Papa Francisco, longe de que tal contexto gere em nós lamentações ou desânimo, deseja que sejamos, com o nosso testemunho de vivência radical do Evangelho e com o nosso serviço, mensageiros da esperança.

Desse modo, fazendo eco às palavras dos bispos da Colômbia, faz-nos um apelo para “libertar em nós as energias da esperança, traduzindo-as em sonhos proféticos, ações transformadoras e imaginação da caridade”[2], pois “por muito ferida que possa estar uma família, ela pode sempre crescer a partir do amor.[3]


[1] AMORIS LAETITIA. Exortação apostólica pós-sinodal do Papa Francisco sobre o amor na família. São Paulo: Edições Loyola, 2016, p. 25.

[2] Relatio Synodi 2014, n. 11. In:  AMORIS LAETITIA. Exortação apostólica pós-sinodal do Papa Francisco sobre o amor na família. São Paulo: Edições Loyola, 2016, p. 41.

[3] AMORIS LAETITIA. Exortação apostólica pós-sinodal do Papa Francisco sobre o amor na família. São Paulo: Edições Loyola, 2016, p. 39.

FAÇA SUA DOAÇÃO FALE CONOSCO